sexta-feira, 30 de março de 2012

ATA do encontro com Anna Cláudia Ramos

Na aula de hoje redigimos em conjunto a ata do nosso encontro com a escritora brasileira Anna Cláudia Ramos. Pensamos ter deixado registado o que nos tocou:

segunda-feira, 26 de março de 2012

A Anna Cláudia Ramos veio ao LI

Hoje recebemos na nossa sala de aula a escritora Anna Cláudia Ramos. Aqui fica o testemunho fotográfico desta visita que nos permitiu conhecer melhor a escritora e trocar ideias sobre a obra que estudámos:

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

INTERTEXTUALIDADE

Na ação da obra há referência a obras que marcaram a escritora, tal como a própria anuncia na contracapa da obra:

" A História de Clarice é uma homenagem que resolvi fazer a três histórias que marcaram a minha infância."

Assim, a protagonista Clarice vai evoluir rodeada de evocações a:

- O soldadinho de chumbo - p. 27 (1º §), por exemplo.
- A vendedora de fósforos (Andresen) - p. 25 (4º §) e p. 27 (3º §)
- A Bolsa amarela (Lygia Bojunga) - p. 26 (3º §), por exemplo.

Algumas das referências ao livro A vendedora de fósforos surgem entre aspas. Será que essas citações foram mesmo retiradas de alguma edição da obra de Andresen? E se não tiverem sido de facto retiradas de uma obra, como interpretá-las? O que terá pretendido a escritora ao fingir que cita Andresen?

De recordar que isso ocorre quando Clarice está a ler esse livro. O facto de surgirem de vez em quando citações pode ser uma forma de ir relembrando ao leitor que atrás das reflexões de Clarice está a obra de Andresen. Como a própria autora o anunciou na contracapa, o livro marcou a sua infância e uma forma de destacar a sua importância é citá-lo.

Das três obras, a que mais marca A história de Clarice é sem dúvida o livro de Lygia Bojunga. E vemos isso mesmo pelo facto da intriga de Anna Cláudia Ramos se inspirar na intriga de A Bolsa Amarela: vamos descobrir uma protagonista que se sente um ser à parte, que vive num mundo muito seu, que vai ter vontades e que vai conseguir fazer as pazes com o mundo,entre outras coisas através de uma bolsa (amarela para Lygia Bojunga e verde para Anna Cláudia Ramos).

Acerca da importância que o livro de Lygia Bojunga teve e tem para Anna Claudia Ramos e para este livro que conta a história de Clarice, podemos ler com proveito o seguinte artigo:




Para quem quiser conhecer um pouco melhor a obra de Lygia Bojunga pode clicar aqui.


RECURSOS ESTILÍSTICOS: sua expressividade

Dois recursos estilísticos chamaram a nossa atenção no capítulo 3 desta obra:

a) a ANÁFORA
b) a PERGUNTA RETÓRICA

A ANÁFORA (repetição de palavras ou expressões em início de frases ou de versos) surge, por exemplo, na página 26 (2º§) com a repetição de

«Só» e «Não queria»

o que vai permitir a Clarice acentuar, vincar e marcar o que sente na situação descrita em que procura que a mãe não a veja chorar.

As PERGUNTAS RETÓRICAS (essas perguntas que não esperam resposta porque ela é óbvia ou então, sem ser óbvia, não se procura porque permite destacar outras ideias mais importantes e que estão subentendidas) surgem, por exemplo, na página 27 (1º§) e permitem destacar a indignação e o desespero de Clarice que se sente incompreendida pelos adultos que a rodeiam (a mãe e a professora). A Bisa, bisavó de Clarice, é uma exceção a este mundo adulto que se opõe a Clarice. As perguntas retóricas aproximam o texto do leitor e o estilo da narrativa torna-se mais vivo.